Um convite à reflexão sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos

 

A Declaração Universal dos Direitos Humanos é o documento mais traduzido no mundo, segundo o Guinness: até agora, 403 versões em todos os continentes. Foi assinada pela ONU no dia 10 de dezembro de 1948. A Organização das Nações Unidas havia sido fundada em 1945. A II Guerra Mundial (1939-1945), Adolph Hitler e a bomba de Hiroshima ainda assombravam o mundo.

 

Em 2018, quando celebramos os 70 anos da Carta, esta espécie de Constituição dos Direitos e Deveres do ser humano, podemos refletir sobre o que é o humano, e voltar às velhas questões: quem somos e o que queremos? A palavra humana não designa apenas nós, os humanos – o Homo sapiens sapiens –, e sim todo o gênero denominado Homo. O gênero envolve outras espécies: o Homo habilis e o Homo erectus, que nos antecederam na escalada da vida terrestre.

 

 Evolução do Homo sapiens. Fonte: Divulgação.

 

 

 

O que significa uma UnB Mais Humana? A evolução dos valores humanos pode ser traçada, desde a história antiga, desde Ciro – rei da Pérsia, autor do primeiro registro de uma declaração de direitos. A Carta Universal reconhece “a dignidade de todos os membros da família humana”. E diz: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos” e, com as faculdades da razão e da consciência, devem agir em espírito de fraternidade. A Universidade de Brasília convida todos a essa reflexão.

 

No artigo 26, a Declaração dos Direitos Humanos lembra que toda pessoa tem direito à educação: “A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e o reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais, e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos”. Porém, enquanto no artigo 27 advoga “o direito de tomar parte da vida cultural da comunidade, de fruir das artes e participar do progresso científico”, a Carta não deixa de falar em deveres.

 

“O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade”, reza o artigo 29. Nas atividades do Boas-Vindas, na presença de intelectuais e pensadores de vários ramos, nas salas de aula, auditórios e nos corredores, nos laboratórios e em sessões de campo, culturais e científicas, na pesquisa e na extensão de seus campi, a Universidade de Brasília necessita da inteligência coletiva de todos os que aqui passam parte de suas vidas humanas para defendê-la e continuar a sua construção perene.

 

Na linha de pioneirismo de Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira, a UnB inova mais uma vez e propõe um chamamento mais humano: “Bem-vinda (o)”. Contrariando a língua portuguesa, colocamos o feminino primeiro. Bem-vindas e bem-vindos todos os novos e antigos integrantes desta comunidade, que têm um novo ano pela frente: um ano cheio de desafios, no qual a criatividade e o conhecimento serão nossos melhores e mais eficazes instrumentos em direção a uma melhor qualidade de vida para cada ser humano.

 

Por uma Universidade mais humana, com mais respeito, mais solidariedade, mais autonomia, mais cidadania, mais equidade e mais compromisso.